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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Imagem: https://pt.wikipedia.org/

 

 

LUÌS CAETANO PEREIRA GUIMARÃES JÚNIOR

( Rio de Janeiro – Brasil )

 

(Rio de Janeiro17 de fevereiro de 1845 — Lisboa20 de maio de 1898) foi um diplomatapoeta, contista, romancista e teatrólogo brasileiro.

Bacharelou-se na Faculdade de Direito do Recife em 1869, na turma de Araripe Júnior. Sua obra evoluiu do Romantismo para o Parnasianismo. Na carreira diplomática, chegou a ministro plenipotenciário, tendo servido em Santiago do ChileRoma e Lisboa. Já aposentado, ficou a morar nesta cidade, onde gozou da amizade de alguns dos principais intelectuais do período, como Eça de QueirósRamalho OrtigãoGuerra Junqueiro e Fialho de Almeida. Membro fundador da Academia Brasileira de Letras. Conhece-se colaboração da sua autoria nas revistas Jornal do domingo : revista universal (1881-1888) e Ribaltas e gambiarra (1881).

Em Lisboa, como secretário de Legação, teve ocasião de conhecer alguns dos mais ilustres espíritos do tempo. Distinguia-se como poeta e como homem do mundo. Ramalho Ortigão assim o definiu: “Como poeta, ele é um primeiro adido à legação da elegância... O seu estilo tem um lavor de renda, uma suavidade de veludo e um fresco perfume de toilette.” Tinha predileção pelas cidades da arte e do pensamento. O poeta celebra Londres, celebra Roma. Mais que tudo, porém, recorda o seu país. Suas principais obras são Corimbos e Sonetos e rimas. O primeiro representa a fase em que vivia no Brasil (1862 a 1872); o outro, o período em que residiu na Europa. A apreciação de críticos e estudiosos como Vicente de CarvalhoMedeiros e Albuquerque e Carlos de Laet, foi de pleno reconhecimento da poesia de Luís Guimarães Júnior. Seus sonetos revelam um grande apuro da forma, combinações métricas finas e sutis, e o gosto pelos motivos exóticos que ele pôde sentir e observar em suas peregrinações por terras estrangeiras. Romântico de inspiração, mas já dentro da orientação parnasiana, ele foi, no apuro da expressão, um precursor da poesia de Raimundo Correia, Bilac e Alberto de Oliveira.

Morreu com 53 anos no primeiro andar do n.º 61 da Rua Direita de Pedrouços (Santa Maria de Belém), no estado de viúvo de D. Cecília Canongia, com quem casara aos 28 anos. Deixou quatro filhos: Iracema, Luís, Gabriela e Horácio. Foi inumado em jazigo particular no Cemitério do Alto de São João.

Biografia extraída de : https://pt.wikipedia.org/

 

 

REZENDE, Edgar.  O Brasil que os poetas cantam.  2ª ed. revista e comentada.  Rio de Janeiro: Livraria Freitas Bastos, 1958.  460 p. 
15 x 23 cm. Capa dura.                              Ex. bibl. Antonio Miranda

 

A ESCRAVA

Enquanto os outros negros companheiros
Bailam em frente à lúgubre senzala,
E da falta vivenda a rica sala
Percorre a dança em giros feiticeiros;

Enquanto a noite com seus ais fagueiros
Como um segredo tropical se exala,
E a quente aragem que a palmeira embala,
Treme na leve rama dos coqueiros;

Enquanto a festa vívida, inclemente,
Louca de febre e graças soberanas,
Prende o senhor e o escravo juntamente:

Ela, fugindo de emoções tiranas,
Recorda tristemente, tristemente,
A solidão das noites africanas.

 

*

 

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Página publicada em abril de 2022

 


 

 

 
 
 
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